terça-feira, 1 de dezembro de 2009

AGAZETA.NET



Armados de estoques e de pedaços de madeira, presos tentaram derrubar o portão principal do pavilhão, onde há assaltantes e homicidas

Homens do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar e da guarda do presídio

Francisco de Oliveira Conde, composta também de policiais militares, impediram que ao menos 184 detentos conseguissem fugir do pavilhão “J”, do presídio Francisco de Oliveira Conde, na noite desta segunda-feira, 30.

Eles tentaram escapar pelo portão principal da penitenciária, por meio do chamado “cavalo doido”, procedimento em que todos se agrupam num só bloco para correr numa única direção.

O comandante da Polícia Militar, coronel Romário Célio Barbosa, confirmou a tentativa de fuga.

Ela começou com um motim dentro das celas, engrossando a situação. É no pavilhão J onde estão os presos considerados muito perigosos pela Justiça. Eles são homicidas,
sequestradores e estupradores.

As primeiras informações são as de que detentos encapuzados tentaram derrubar o portão principal de acesso ao pavilhão, munidos de pedaços de madeira e estoques, armas feitas de vergalhões.

Se tivessem ultrapassado o pavilhão, teriam entrado em confronto direto com a PM, para tentar chegar ao portão principal do presídio. Mas de acordo com o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública, o Ciosp, os militares conseguiram controlar a situação a tempo.

Os militares ainda fizeram alguns disparos de emergência com revólver, na tentativa de
intimidar os presidiários. Ninguém ficou ferido.

Os detentos reclamam das penas vencidas, da superlotação e do tratamento diferenciado pela administração do presídio.

Presidiários quebram grades e ameaçam fugir do Pavilhão J da Penal de Rio Branco.
Alguns familiares estiveram no local na tentativa de obter mais informações, mas ninguém teve autorização para entrar no pavilhão.

Uma revista nas celas foi iniciada, logo após os policiais terem conseguido o controle da
situação. A polícia buscava estoques, drogas, celulares, e demais artefatos que pudessem facilitar a fuga.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Adriano Marques, protestou contra as ameaças que a categoria viria sofrendo para trabalhar sem equipamentos de segurança dentro do presídio.

Segundo Marques, em média cada pavilhão tem cerca de três agentes fazendo o serviço de guarda onde existem ao menos 200 homens presos, em 12 pavilhões.

“A partir de agora, vamos começar a nos mobilizar para uma operação padrão, na qual os agentes vão cumprir o expediente e evitarão a escolta dos detentos, quando eles são levados ao banho de sol diário”, afirmou o agente.

Nesta terça-feira, 1º, o Sindicato dos Agentes tem audiência marcada com o Governo do Estado, em mais uma tentativa de negociação por melhoria nas condições de trabalho da
categoria.

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