terça-feira, 4 de agosto de 2009
Empresa de secretário de saúde de Rio Branco é acusada de fornecer comida estragada para presos
04/08/2009 - 05:37
Barata, moscas, carne crua ou estragada estão sendo incluídos no cardápio dos presos e agentes penitenciários. Empresa ligada a família de Pascal Kalil - Secretário Municipal de Saúde, seria responsável pela entrega das refeições nos presídios.
Familiares de presos e os agentes penitenciários dizem que virou rotina receber marmitas com comida estragada nos presídios Francisco de Oliveira Conde e Antônio Amaro, em Rio Branco. De acordo com um levantamento preliminar feito pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado, cerca de 50% da alimentação fornecida para as celas e carceragem está inadequado para consumo. O desperdício é grande, tanto em comida como também em recursos públicos liberados para aquisição dos alimentos que vão direto para o lixo.
Nesta segunda-feira, 03, foi mais um dia de protesto entre os trabalhadores que fazem a guarda dos detentos. Nenhum dos servidores se dispôs a comer as refeições adquiridas pelo Estado e, entregues nos complexos penitenciários. Tanto o almoço como o jantar veio da casa de cada um dos agentes penitenciários, ou, foi comprado em lanchonetes próximas do trabalho.
Os servidores tiveram severas complicações de saúde depois que passaram a comer alimentos estragados durante os plantões. Mais de 30 agentes penitenciários foram hospitalizados, outros, apresentaram atestado de saúde no trabalho para fazer tratamento gástrico, por conta das intensivas infecções intestinais.
O ac24horas teve acesso a fotos exclusivas que mostram a péssima qualidade das marmitas fornecidas para os presídios em dias alternados. As imagens revelam insetos misturados com feijão, carnes em estado de putrefação e com pedaços completamente crus. De acordo com relatos dos detentos aos familiares, em geral alguns alimentos exalam mau cheiro insuportável. Há depoimentos que foi encontrada uma barata e sangue humano misturada com arroz.
Apesar das intensas reclamações dos detentos a direção do Instituto de Administração Penitenciário (IAPEN) nada tem feito para solucionar o problema, segundo contam os familiares. A alimentação dos presos também não tem acompanhamento de nutricionistas ou fiscalização dos órgãos de vigilância sanitária. Para complicar ainda mais a situação, o governo do Estado não tem mostrado disposição para contratar outra empresa para fornecer alimentação aos presos.
De acordo com publicação no Diário Oficial do Estado (contrato 7/2006), até o dia 4 de abril de 2010 a única empresa responsável pela distribuição das refeições para as unidades prisionais será a Tapiri Indústria e Comércio Alimentício Ltda, que teve seu contrato milionário reeditado por mais de três vezes. A empresa é da família Kalil, que teria como sócio Pascal Kalil (ex-vereador por Rio Branco, procurador municipal de justiça afastado, Secretário de Saúde em Rio Branco e militante do PC do B. Foram estes mesmos fornecedores que foram obrigados a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Estadual em abril de 2008, por servir alimentos impróprios para consumo no Restaurante "O Paço". Leia reportagem da época (http://www.ac24horas.com/index.php?option=com_content&task=view&id=264&Itemid=26)
A direção do presídio e do IAPEN foram procurados para falar sobre as denúncias, mas não foram localizados. Pascoal Kalil, um dos sócios da empresa que fornece comida estragada para presos e agentes penitenciários também não foi encontrado.
O sistema prisional do Acre é atualmente constituído assim: Leonardo Carvalho, diretor do IAPEN; Laura Okamura, Secretária de Desenvolvimento Social responsável pela coordenação do sistema; Denis Leandro Picullo, Diretor do Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde e Cristiano Vendramim, Diretor da Unidade de Segurança Máxima Antônio Amaro.
Ontem a advogada e ativista em direitos humanos, Joana D'arc, sugeriu que os deputados estaduais deveriam trabalhar mais um pouco, e acabou propondo a instalação de uma CPI dos Presídios, para investigar diversas irregularidades administrativas e até a existência de um grupo de extermínio interessado em matar presos que seriam testemunhas fundamentais para conclusão de vários processos judiciais, como aconteceu com Martini Martiniano, Moisés Goés e muitos outros anônimos que teria cometido suicídio dentro das celas, mas que os crimes nunca foram solucionados.
Joana chegou a questionar a inoperância para o problema, pela a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e demais instituições com Ministério Publico Estadual, Federal, e ate a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Acre.
FRANCISCO COSTA
Barata, moscas, carne crua ou estragada estão sendo incluídos no cardápio dos presos e agentes penitenciários. Empresa ligada a família de Pascal Kalil - Secretário Municipal de Saúde, seria responsável pela entrega das refeições nos presídios.
Familiares de presos e os agentes penitenciários dizem que virou rotina receber marmitas com comida estragada nos presídios Francisco de Oliveira Conde e Antônio Amaro, em Rio Branco. De acordo com um levantamento preliminar feito pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado, cerca de 50% da alimentação fornecida para as celas e carceragem está inadequado para consumo. O desperdício é grande, tanto em comida como também em recursos públicos liberados para aquisição dos alimentos que vão direto para o lixo.
Nesta segunda-feira, 03, foi mais um dia de protesto entre os trabalhadores que fazem a guarda dos detentos. Nenhum dos servidores se dispôs a comer as refeições adquiridas pelo Estado e, entregues nos complexos penitenciários. Tanto o almoço como o jantar veio da casa de cada um dos agentes penitenciários, ou, foi comprado em lanchonetes próximas do trabalho.
Os servidores tiveram severas complicações de saúde depois que passaram a comer alimentos estragados durante os plantões. Mais de 30 agentes penitenciários foram hospitalizados, outros, apresentaram atestado de saúde no trabalho para fazer tratamento gástrico, por conta das intensivas infecções intestinais.
O ac24horas teve acesso a fotos exclusivas que mostram a péssima qualidade das marmitas fornecidas para os presídios em dias alternados. As imagens revelam insetos misturados com feijão, carnes em estado de putrefação e com pedaços completamente crus. De acordo com relatos dos detentos aos familiares, em geral alguns alimentos exalam mau cheiro insuportável. Há depoimentos que foi encontrada uma barata e sangue humano misturada com arroz.
Apesar das intensas reclamações dos detentos a direção do Instituto de Administração Penitenciário (IAPEN) nada tem feito para solucionar o problema, segundo contam os familiares. A alimentação dos presos também não tem acompanhamento de nutricionistas ou fiscalização dos órgãos de vigilância sanitária. Para complicar ainda mais a situação, o governo do Estado não tem mostrado disposição para contratar outra empresa para fornecer alimentação aos presos.
De acordo com publicação no Diário Oficial do Estado (contrato 7/2006), até o dia 4 de abril de 2010 a única empresa responsável pela distribuição das refeições para as unidades prisionais será a Tapiri Indústria e Comércio Alimentício Ltda, que teve seu contrato milionário reeditado por mais de três vezes. A empresa é da família Kalil, que teria como sócio Pascal Kalil (ex-vereador por Rio Branco, procurador municipal de justiça afastado, Secretário de Saúde em Rio Branco e militante do PC do B. Foram estes mesmos fornecedores que foram obrigados a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Estadual em abril de 2008, por servir alimentos impróprios para consumo no Restaurante "O Paço". Leia reportagem da época (http://www.ac24horas.com/index.php?option=com_content&task=view&id=264&Itemid=26)
A direção do presídio e do IAPEN foram procurados para falar sobre as denúncias, mas não foram localizados. Pascoal Kalil, um dos sócios da empresa que fornece comida estragada para presos e agentes penitenciários também não foi encontrado.
O sistema prisional do Acre é atualmente constituído assim: Leonardo Carvalho, diretor do IAPEN; Laura Okamura, Secretária de Desenvolvimento Social responsável pela coordenação do sistema; Denis Leandro Picullo, Diretor do Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde e Cristiano Vendramim, Diretor da Unidade de Segurança Máxima Antônio Amaro.
Ontem a advogada e ativista em direitos humanos, Joana D'arc, sugeriu que os deputados estaduais deveriam trabalhar mais um pouco, e acabou propondo a instalação de uma CPI dos Presídios, para investigar diversas irregularidades administrativas e até a existência de um grupo de extermínio interessado em matar presos que seriam testemunhas fundamentais para conclusão de vários processos judiciais, como aconteceu com Martini Martiniano, Moisés Goés e muitos outros anônimos que teria cometido suicídio dentro das celas, mas que os crimes nunca foram solucionados.
Joana chegou a questionar a inoperância para o problema, pela a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e demais instituições com Ministério Publico Estadual, Federal, e ate a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Acre.
FRANCISCO COSTA
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário