segunda-feira, 19 de abril de 2010

FOLHA DO ACRE


Em entrevista coletiva realizada na manhã de ontem no auditório da Secretaria de Segurança Pública do Estado – SESP, o Secretário de Polícia Civil, Emylson Farias exigiu da equipe da 4ª Regional, todo o empenho na apuração do crime que vitimou o agente penitenciário Roney Barbosa Vidal, 36 anos, ocorrido nas primeiras horas de domingo (18) em um semáforo da Avenida Ceará, em frente do prédio da Secretaria de Saúde Municipal.


O agente retornava do trabalho quando foi executado friamente por dois motoqueiros que o abordaram e dispararam quatro vezes contra ele, “É um fato lamentável o que ocorreu com esse rapaz, entrei em contato com toda a equipe da 4ª Regional e pedi total empenho nas investigações para que possamos elucidar esse caso com celeridade e parcialidade. Só temos a lamentar por uma vida ceifada de forma tão brutal e nos solidarizarmos com os familiares”, disse Farias.


A coletiva reuniu toda a cúpula da segurança pública para discutir os últimos acontecimentos na área policial, principalmente as seis mortes violentas ocorridas no ultimo final de semana na Capital acreana.


No velório do agente penitenciário muita emoção e revolta, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre – SINDAP/AC, Adriano Marques de Almeida criticou a postura do poder público, que ele nomeou de descaso com a vida dos servidores carcerários. Segundo o sindicalista muitas são as denuncias relatadas a direção dos presídios e ao Instituto de Administração Penitenciária – IAPEN sobre as ameaças veladas aos agentes, mas até a presente data nenhuma providencia foi adotada, “É um absurdo o que vem acontecendo com os agentes penitenciários que diariamente são ameaçados pelos detentos e nenhuma atitude é adotada pelo IAPEN ou pela direção dos presídios, há mais de um ano que estamos denunciado e nenhuma providencia foi tomada, já ficamos sabendo que haviam presos oferecendo até R$ 18 mil para quem executasse um agente e nada foi feito. Não adianta falarem que não estão sabendo do que acontece porque vários documentos relatando as ameaças já foram encaminhados até para o governados, mas até agora nada, de concreto mesmo só a morte de um companheiro nosso”, desabafou Marques.


Os colegas de trabalho de Roney Vidal protestaram também sobre a ausência de representantes do IAPEN ou do Governo do Estado, “O interessante é que daqui a alguns minutos estaremos saindo em cortejo até o cemitério onde o Roney será enterrado e nenhum representante do governo, IAPEN ou até dos direitos humanos apareceram por aqui, nenhum deles está preocupado com a família que está sofrendo pela perda de um ente querido”, disseram os agentes que participavam do velório.

Carro incendiado e morte encomendada por até R$ 18 mil


Há pouco mais de um ano o sindicalista Adriano Marques procurou a redação de O Rio Branco para denunciar que presos estariam oferecendo recompensas de até R$ 18 mil para quem executasse um agente penitenciário, na época as denuncias foram publicadas com exclusividade pelo Jornal O Ro Branco no dia 02 de abril de 2009.


No dia 22 de dezembro do mesmo ano foi publicado em toda imprensa da capital o drama do agente penitenciário Alexandre de Oliveira Barbosa, 20 anos, que teve seu carro incendiado na noite de segunda-feira 21 por homens até hoje não identificados pela polícia.

Os criminosos jogaram vários litros de gasolina sobre o carro Volkswagen Golf preto, de placas MZR 3665, e em seguida atearam fogo.

O crime aconteceu no bairro Ivete Vargas, na Rua São José, e foi presenciado por dois moradores que passavam no momento. Quando viram as chamas, gritaram para acordar a família.

Alexandre estava de plantão na penitenciária e, ao ser informado sobre o caso, acionou a polícia de imediato, a qual, juntamente com os bombeiros, reforçou a suspeita de incêndio criminoso.

A mãe do agente penitenciário, Ivete Oliveira Barbosa, disse temer pela vida do filho, já que vários agentes penitenciários foram ameaçados nos últimos meses.

Na garagem da casa de Alexandre, também havia um Corsa Sedan prata e um Gol prata, que estavam sendo atingidos pelo fogo. Alexandre havia pago R$ 10 mil de entrada do Golf e tinha adquirido o veículo um mês antes do incêndio.

Leia na integra a matéria publicada na edição do Jornal O Rio Branco do dia 02 de abril de 2009.

Preso encomenda morte de agente penitenciário por R$ 18 mil dentro do presídio

A equipe de reportagem de O Rio Branco teve acesso a informações exclusivas na tarde de ontem de que agentes penitenciários dos presídios estaduais Antonio Amaro Alves (segurança máxima) e Francisco de Oliveira Conde estariam marcados para morrer. As informações que partiram de dentro dos presídios dão conta de que detentos estariam insatisfeitos com as reivindicações dos agentes que pedem a regularização do porte de arma e de medidas mais efetivas de segurança para desempenharem os trabalhos de condução de presos e estariam elaborando planos de assassinato ao preço de até R$ 18mil.

A noticia causou pânico entre os carcereiros que descobriram que há uma lista com os nomes dos marcados para a morte e que esta já estaria em poder dos bandidos contratados para o “serviço”. Um funcionário que não quis se identificar disse que a Gerência de Inteligência do Instituto de Administração Penitenciaria (IAPEN) investigou as denuncias e descobriu pelo menos o nome de um dos contratantes das mortes, mas que até agora não tomou nenhuma providencia, “Eles (Administração do IAPEN) tem o nome de um dos presos que estaria encomendando as mortes, mas até agora na tomaram providencia nenhuma para evitar os crimes, será que estão esperando o primeiro agente morrer para começarem a agir”, indagou o funcionário.

Segundo as investigações os assassinatos estão sendo planejados para acontecer de uma forma que pareça com um latrocínio, onde a vitima reage a um assalto e acaba morta.

O funcionário do presídio disse também que o neto do fazendeiro Darly Alves, o jovem Artur Ramoile Alves da Silva e Silva, o Arthuzinho, de 19 anos, que esta cumprindo pena por duplo homicídio, ofereceu uma moto a um preso que estava em regime semi-aberto para assassinar um agente penitenciário conhecido por “Força Bruta”, o plano foi descoberto pelo Serviço de Inteligência e confirmado pelo preso contratado para a execução.

A confirmação de que Arthuzinho estaria pagando pela morte do agente fez com que o neto de Darly Alves fosse transferido do presídio Francisco de Oliveira Conde para o presídio de segurança máxima Antonio Amaro Alves, na tentativa de evitar novas negociações.

Há algum tempo que os agentes vêm denunciando as péssimas condições de trabalho a que são submetidos. Eles fazem a segurança das unidades de recuperação social sem coletes, algemas suficientes, não tem porte de arma e dos poucos cassetetes existentes a maioria estão quebrados.

Muitos fazem a escolta de presos que estão prestando serviço em prédios públicos sem nenhum tipo de armamento e totalmente desprotegidos, “Diariamente escoltamos presos para realizarem serviços externos, como por exemplo o serviço de capina feitos na Embrapa e na Funtac e estamos corremos risco de morte o tempo todo, pois a maioria deles usam terçados para o trabalho, se quiserem nos matam ali mesmo e não teremos como nos defender. Os presos só não fogem porque não querem, pois se quisessem fugir eles fugiam, e se isso acontece ainda vamos ter que passar por uma investigação interna para provar que não tivemos envolvimento com a fuga”, protesta o servidor.

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