O agente retornava do trabalho quando foi executado friamente por dois motoqueiros que o abordaram e dispararam quatro vezes contra ele, “É um fato lamentável o que ocorreu com esse rapaz, entrei em contato com toda a equipe da 4ª Regional e pedi total empenho nas investigações para que possamos elucidar esse caso com celeridade e parcialidade. Só temos a lamentar por uma vida ceifada de forma tão brutal e nos solidarizarmos com os familiares”, disse Farias.
A coletiva reuniu toda a cúpula da segurança pública para discutir os últimos acontecimentos na área policial, principalmente as seis mortes violentas ocorridas no ultimo final de semana na Capital acreana.
No velório do agente penitenciário muita emoção e revolta, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre – SINDAP/AC, Adriano Marques de Almeida criticou a postura do poder público, que ele nomeou de descaso com a vida dos servidores carcerários. Segundo o sindicalista muitas são as denuncias relatadas a direção dos presídios e ao Instituto de Administração Penitenciária – IAPEN sobre as ameaças veladas aos agentes, mas até a presente data nenhuma providencia foi adotada, “É um absurdo o que vem acontecendo com os agentes penitenciários que diariamente são ameaçados pelos detentos e nenhuma atitude é adotada pelo IAPEN ou pela direção dos presídios, há mais de um ano que estamos denunciado e nenhuma providencia foi tomada, já ficamos sabendo que haviam presos oferecendo até R$ 18 mil para quem executasse um agente e nada foi feito. Não adianta falarem que não estão sabendo do que acontece porque vários documentos relatando as ameaças já foram encaminhados até para o governados, mas até agora nada, de concreto mesmo só a morte de um companheiro nosso”, desabafou Marques.
Os colegas de trabalho de Roney Vidal protestaram também sobre a ausência de representantes do IAPEN ou do Governo do Estado, “O interessante é que daqui a alguns minutos estaremos saindo em cortejo até o cemitério onde o Roney será enterrado e nenhum representante do governo, IAPEN ou até dos direitos humanos apareceram por aqui, nenhum deles está preocupado com a família que está sofrendo pela perda de um ente querido”, disseram os agentes que participavam do velório.
Carro incendiado e morte encomendada por até R$ 18 mil
Há pouco mais de um ano o sindicalista Adriano Marques procurou a redação de O Rio Branco para denunciar que presos estariam oferecendo recompensas de até R$ 18 mil para quem executasse um agente penitenciário, na época as denuncias foram publicadas com exclusividade pelo Jornal O Ro Branco no dia 02 de abril de 2009.
No dia 22 de dezembro do mesmo ano foi publicado em toda imprensa da capital o drama do agente penitenciário Alexandre de Oliveira Barbosa, 20 anos, que teve seu carro incendiado na noite de segunda-feira 21 por homens até hoje não identificados pela polícia.
Os criminosos jogaram vários litros de gasolina sobre o carro Volkswagen Golf preto, de placas MZR 3665, e em seguida atearam fogo.
O crime aconteceu no bairro Ivete Vargas, na Rua São José, e foi presenciado por dois moradores que passavam no momento. Quando viram as chamas, gritaram para acordar a família.
Alexandre estava de plantão na penitenciária e, ao ser informado sobre o caso, acionou a polícia de imediato, a qual, juntamente com os bombeiros, reforçou a suspeita de incêndio criminoso.
A mãe do agente penitenciário, Ivete Oliveira Barbosa, disse temer pela vida do filho, já que vários agentes penitenciários foram ameaçados nos últimos meses.
Na garagem da casa de Alexandre, também havia um Corsa Sedan prata e um Gol prata, que estavam sendo atingidos pelo fogo. Alexandre havia pago R$ 10 mil de entrada do Golf e tinha adquirido o veículo um mês antes do incêndio.
Leia na integra a matéria publicada na edição do Jornal O Rio Branco do dia 02 de abril de 2009.
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