fonte: http://agepen-ac.blogspot.com/2011/06/hora-do-tranca-voce-daria-as-costas.html
quarta-feira, 27 de julho de 2011
BANZEIRO - AGEPENS QUESTIONAM: VOCÊ DARIA AS COSTAS PARA CRIMINOSOS, DROGADOS E PSICOPATAS?
Os agentes penitenciários têm realizado nos últimos dias em Rio Branco, incessante trabalho de combate às drogas no presídio Francisco de Oliveira Conde. No dia 16 de junho, mais precisamente, três flagrantes de entorpecentes, com detentos, foram registrados na Penal e devidamente encaminhados à 5ª Regional.
Mas o trabalho não se restringe às celas da Penal. Companheiras dos detentos também tiveram a revista íntima mais intensificada, havendo flagrantes de duas mulheres que tentaram entrar com quase dois quilos de maconha. Uma deles informou, inclusive, estar sob ameaça do marido, condenado por homicídio.
Este trabalho silencioso realizado no interior do Oliveira Conde tem um objetivo: mostrar à sociedade o trabalho honesto e perigoso desenvolvido pelos Agentes Penitenciários, desconhecidos pelos cidadãos comuns e na mira de homens considerados de alta periculosidade.
No início do mês, o site Banzeiro conversou com alguns profissionais do maior presídio do Acre. Na matéria, os agentes informaram a entrada de 15 quilos de drogas, por semana, através de companheiras ou familiares dos detentos. E não são somente entorpecentes. Celulares também ultrapassam o sistema de vigilância da Penal, que se resume a um aparelho de Raio-X.
Quando este material é flagrado por operação da Polícia Militar ou Direção do Presídio, normalmente a culpa recai sobre um Agente. Há casos de guardas penitenciários que responderam processo administrativo e agora estão retornando às atividades, pois não foi comprovada a culpa nos delitos.
Durante o feriado de Corpus Christi, o Blog dos Agentes Penitenciários do Acre publicou artigos com o sugestivo título:
Veja o artigo:
A foto que você vê acima diz respeito a um dos momentos mais críticos do trabalho no sistema penitenciário. Antes do banho de sol, os agentes devem entrar nos pavilhões e abrir as celas onde estão os presos, para que os detentos gozem de seu direito de aquecer o corpo com os raios do astro rei. Ao término do banho de sol, idem.
Como o efetivo de funcionários sempre foi irrisório (e continua sendo), ‘dois’ servidores para cumprir essa missão parece ser um exército suficiente aos olhos das autoridades competentes e para parcela da sociedade que, por desconhecimento ou má fé, subestima o valor de quem tem a coragem de exercer tal trabalho.
Assim, nesta matéria especificamente, vamos mudar um pouco a estrutura textual ‘padrão’ do jornalismo e dar prosseguimento ao raciocínio com algumas perguntas direcionadas [principalmente] às pessoas que não têm a mínima noção do que é conviver com o perigo real.
Leia, reflita e responda a si mesmo. Se puder.
1 – Uma arma de fogo ‘infiltrada’ nesse pavilhão mataria esses dois trabalhadores pais de família?
2 – Você certamente acha que “os presos não teriam coragem”. Mas uma pessoa analfabeta, com 20 anos de cadeia para tirar, 10 pedras de crack na ‘cachola’ e ameaçada de morte se recusasse tal ordem não teria coragem?
3 – Quantos agentes penitenciários já foram assassinados dentro dos presídios no Brasil?
4 – Um agente penitenciário tem condições de cumprir a lei trabalhando em condições como esta?
5 – Um agente penitenciário que “pega no pé” dos presos, fazendo revistas em celas, retirando celulares e drogas, causando prejuízos de cinco, dez, vinte mil reais a criminosos dentro E FORA dos presídios tem como viver bem desarmado nas ruas, quando estiver de folga?
6 – Você sabe quantos presos passam por este presídio da foto no decorrer de um ou dez anos? É fácil memorizar a fisionomia de todos eles? Mas será que todos eles não são capazes de reconhecer esses dois agentes... ‘por aí’?
7 – Grades serradas antes da chegada desses agentes possibilitariam uma rebelião com dois ‘importantes’ reféns?
8 – É novidade para alguém a informação de que os pavilhões dos presídios brasileiros são lotados de presos com Tuberculose? Como essa doença é transmitida?
9 – Você se sente ‘mais seguro’ sabendo que as peças mais perigosas da sociedade estão devidamente encarceradas? Quem, com todas as dificuldades possíveis, garante esse seu ‘sossego’?
10 – Você sabe há quanto tempo os agentes penitenciários trabalham nessas (e noutras!) circunstâncias?
11 – ‘Opinar’ sobre o mundo sem sair da sala da faculdade, de um gabinete burocrático ou da frente de um microfone é muito mais fácil do que assumir o papel desses agentes. Não é mesmo?
fonte: http://agepen-ac.blogspot.com/2011/06/hora-do-tranca-voce-daria-as-costas.html
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