sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Governo desrespeita os militares mais uma vez

“O governo nos cozinhou, nos deu um molho e as negociações não avançaram”, diz Isaque Ximenes





Que o governo Tião Viana não gosta dos militares, isso já ficou mais do que certo. Mas ao que tudo indica, a porta que ele tinha para reconquistar a categoria a cada dia está mais fechada.

As declarações do presidente da Associação dos Militares, Isaque Ximenes, na tarde de ontem, 17, mostraram claramente o desrespeito que o executivo estadual tem para com a terceira maior categoria do Acre.

De acordo com Ximenes, as negociações não avançaram e o governo acabou “cozinhando” e “dando um molho” nos militares que negociavam o auxilio fardamento, auxilio invalidez e a exigência do nível superior em concursos públicos para cursos de soldados e oficiais.

- Tivemos oito reuniões e essas questões não avançaram em nada. O auxilio uniforme que tinha sido já uma pauta concedida não vai poder se concretizar porque o governo afirmou que inviabilizaria a gestão, disse.
O representante do comando nas negociações, o tenente-coronel Ricardo, chegou a apresentar uma planilha absurda na qual se afirmava que 300 reais seria o bastante para a compra de um fardamento completo. A forte oposição da AME e da Associação das Praças do Corpo de Bombeiros (Aprabmac) e as denúncias realizadas no Blog 4 de Maio fizeram com que o valor sugerido não fosse jogado goela a baixo e uma contra-proposta foi apresentada no valor alçado em cerca de 2.000 reais para dois uniformes completos por ano.
O governo percebeu o despautério do comando da PM, recuou e agora afirma que não irá mais conceder o auxilio uniforme jogando na lata de lixo o que tinha ficado como certo na mesa de negociação.
Outra promessa não cumprida até o momento de Tião Viana, diz respeito à exigência do nível superior para uma pessoa se inserir nos quadros da PM e do Corpo de Bombeiros.

- Ainda está em andamento. Foi feita uma consulta a PGE (Procuradoria Geral do Estado) que fez uma minuta alterando alguns artigos da Lei 164, no entanto, o que chegou ao Gabinete Civil foi a informação de essa lei iria criar problemas para eles, eles iriam “levar pau” se fosse aprovado o nível superior. Eu disse que poderia colocar a questão para cima da AME, que fosse uma exigência nossa, mas até o momento a questão não avançou, continuou o presidente.

 
Das três pautas tidas como certas após o movimento, apenas o auxilio morte e invalidez continua com esperança de ser aprovada, embora tenham negociações não tenham avançado muito.

 
- No caso, esse auxílio vai cobrir a morte, invalidez temporária e permanente, mas não temos a certeza de que vai sair.

Para a vice-presidente da AME, Maria das Candeias, o que faltou o cumprimento da palavra dos assessores do governo nas reuniões.


 
- Faltou compromisso e postura do governo. Ele (governo) sabe que os militares são uma classe sofredora e que vem, não é de hoje, por essas reivindicações. Por mais que eles tentem passar para gente que ele tem esse compromisso a gente só vê descaso, desabafou.



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