domingo, 20 de janeiro de 2013

Agentes penitenciários podem entrar em greve no final do mês





O RIO BRANCO

Dom, 20 de janeiro de 2013.



Anne Moura
Para demonstrar contrariedade dos agentes penitenciários em relação a decisão da presidenta Dilma Rousself sobre o veto do projeto que prevê o porte de armas para a categoria , a Federação Nacional Sindical dos Servidores Penitenciários (FENASPEN), aprovou um calendário de atividades onde consta uma paralisação de 24 horas para a quinta-feira (30).
No Acre, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado do Acre (Sindap), deve convocar, nos próximos dias, uma assembléia para determinar a ação dos servidores penitenciários do estado em relação a problemática. De acordo com o presidente do  Sindap Adriano Marques mesmo com o veto os agentes penitenciários do estado continuarão com esse beneficio,  "O nosso porte foi regulamentado por meio da Assembléia Legislativa do Acre (ALEAC) onde então o legislador estadual entendeu a necessidade de se portar arma em situações de serviço ou não", afirma.
Trabalho perigoso
Durante a entrevista, Adriano relembrou um crime ainda não solucionado, o de Roney Barbosa Vidal, acontecido nas proximidades da Avenida Ceará, "Nosso colega foi atacado covardemente, não teve nem a possibilidade de se defender e sequer estava armado", diz.
Segundo o presidente a Organização Internacional do Trabalho (OIT), classificou o trabalho dos agentes penitenciários como um dos mais perigosos do mundo. "A própria OIT diz isso nós vivemos em um estado de perigo e alerta", diz.
Esse veto, de acordo com Marques visava ter a norma geral e acabar com algumas divergências sobre a amplitude do porte de arma, porque o Estado pode legislar dentro de seus limites territoriais. "Mas quando acontecem as escoltas interestaduais, os deslocamentos de  trânsito particular para outro estado. Não há nada definido ainda".
Contra a realidade
 Para o presidente a manifestação feita pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos vai contra a realidade. "Eles não conhecem o nosso cotidiano e muito menos as duas mil mortes já citadas". Adriano afirma também que a própria secretaria teria sido irônica  ao afirmar que os agentes teriam que tentar um porte de arma como qualquer cidadão comum , junto a Polícia Federal. "Policiais civis requisitam o porte?  Policiais Militares também requisitam? todos são de categorias que também tem suas prerrogativas quanto a situação. O que acontece é um erro de comunicação dentro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos  e do próprio Ministério da Justiça", diz.
Na conversa Adriano Marques acessou a página do Ministério da Justiça, onde está classificado que o serviço do agente penitenciário  como policial civil. "Isso está na própria página dele (do Ministério da Justiça). Estamos dentro dos cargos da carreira polícia civil. Era para ser um órgão seriíssimo, e consta desses erros de comunicação. Quem paga por isso são os agentes penitenciários", afirma.
Segundo Marques, após a convocação e discussão da categoria, uma concentração poderá ser realizada, também no dia 30 deste mês, no próprio Presídio de Rio Branco.  "Caso não surta efeito a Federação pode convocar novamente os sindicatos e podemos deflagrar greve geral por tempo indeterminado".

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