Tapiri Indústria de Alimentos, que mantém estreita relação com as administrações petistas do Acre, é uma das empresas citadas na reportagem da revista Carta Capital, que revela uma máfia que utiliza estrutura do presídio e a mão de obra gratuita dos presos num negócio que movimenta milhões.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Empresa do Acre aparece em reportagem da máfia da venda de quentinhas para presídios
Tapiri Indústria de Alimentos, que mantém estreita relação com as administrações petistas do Acre, é uma das empresas citadas na reportagem da revista Carta Capital, que revela uma máfia que utiliza estrutura do presídio e a mão de obra gratuita dos presos num negócio que movimenta milhões.
A publicação trata a relação comercial
da empresa que manteve vínculos comerciais com os ex-governadores Jorge
Viana, Binho Marques e mantém com Sebastião Viana, todos do PT, como um
negócio da China. A Tapiri comanda este setor desde a chegada do PT no
comando do governo do Acre, em 1999.
Segundo
a reportagem da Carta Capital, a Tapiri Indústria de Alimentos, é de
propriedade da família de Pascal Khalil, ex-vereador pelo PCdoB de Rio
Branco, ex-secretário municipal de Saúde e atual procurador-geral do
município. A empresa também atua no mercado de locação de imóveis para o
Estado.
A Tapiri também é uma doadora de
recursos para as campanhas eleitorais petistas. Na disputa da prefeitura
de Rio Branco, em 2012, a Tapiri doou 257 mil reais ao candidato e
atual prefeito da capital, Marcus Viana. Apesar de figurar em denúncias
pelo fornecimento de alimentos vencidos a investigação foi arquivada.
O MP Acre chegou a instaurar processo
de investigação, após inspeção do Departamento Penitenciário Nacional
ter orientado o Estado a rever o contrato por superfaturamento nos
valores e pela utilização de produtos com validade vencida, mas a
influência dos empresários junto ao PT teria resolvido a questão.
A Tapiri também foi contratada no ano
passado para fornecer alimentação aos desabrigados pela cheia do Rio
Acre. Segundo publicação do Diário Oficial, a empresa teria faturado
mais de R$ 2 milhões – no contrato que teve vigência de 30 dias. A
empresa teria servido 232.345 quentinhas aos desabrigados.
Segundo o extrato de 1º termo aditivo
ao contrato no 001/2011– o reajuste do contrato da Tapiri com o
Instituto de Administração Penitenciária do Acre foi feito vinculado ao
reajuste do salário mínimo. Na época, o valor global do contrato seria
de R$ 541.274,88 com vigência de 12 meses.
De acordo com a revista Carta Capital,
o proprietário da Tapiri, Lourival Camilo teria afirmado que as doações
de campanha de sua empresa para as campanhas eleitorais do PT foram
feitas de acordo com o que a legislação permite. O empresário afirmou
ainda, que as acusações superfaturamento são inverídicas.
“No passado, também doamos a outros
candidatos, não foi só para o PT. A empresa existe desde 1972″, diz o
gerente-geral da Tapiri, Lourival Camilo. Segundo ele, são inverídicas
as acusações de superfaturamento. A ú1tima licitação vencida pela
empresa há dois anos.
Lourival Camilo afirma que o processo
licitatório foi acompanhada por representantes do Ministério Público.
Para o empresário, o uso de produtos fora do prazo de validade para
fazer a alimentação que é servida aos reeducandos do complexo prisional
de Rio Branco teria sido “um caso isolado”.
Quanto ao parentesco com Khalil,
Camilo atribuiu às coincidências de “cidade pequena”. “Não tem nada a
ver uma coisa com a outra.” A Tapiri também mantém relações comerciais
com o Ministério Público. A empresa loca um imóvel para o MP – com
aluguel no valor de R$ 27 mil por mês.
Os estreitos laços entre algumas
empresas e o governo do Acre desperta especulações de favorecimento do
poder público em processos de licitação, como foi o caso da Operação G-7
– que investigou empresas por formação de suposto cartel para fraudar
licitações.
Fonte: http://www.ac24horas.com/2013/10/30/empresa-do-acre-aparece-em-reportagem-da-mafia-da-vende-de-quentinhas-para-presidios/
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