AGAZETA DO ACRE
Com instituições sólidas, Acre não dá vez para que o PCC instale facção
Sex, 29 de Novembro de 2013 16:53
Danilo Lovisaro detalhou planos frustrados do PCC (Foto: Brenna Amâncio)
Mas se tratando de crime organizado na atualidade, a grande preocupação é o PCC. Um grupo que tenta estender seus braços para células em todo o país, inclusive no Acre. O promotor de Controle Externo da Atividade Policial do MP/AC, Danilo Lovisaro, também recordou sobre sua atuação no caso da elucidação dos crimes do esquadrão da morte e falou mais sobre a ação pontual que o MP teve para evitar que o PCC se instalasse aqui.
Lovisaro recorda que entrou no combate ao grupo de Hildebrando em um 1º momento, quando quatro promotores do MP se juntaram para investigar os casos insolúveis e descobrir a autoria. Eles eram: Sammy Barbosa, Álvaro Luís Pereira e Ricardo Coelho. A missão deles era colher provas para indiciar a quadrilha. Já em um 2º momento, o MP contou com a entrada da delegacia de combate ao crime organizado da Polícia Civil, com a figura do delegado Emylson Farias (hoje secretário estadual da Polícia Civil). Trabalharam em conjunto não com a Polícia Civil inteira (já que Pascoal tinha seus aliados nela), e sim com uma parte dela. Os promotores obtiveram novos casos e novas provas para viabilizar a entrada de mais magistrados, incluindo no âmbito federal (MPF e PF), contra o esquadrão. E essa participação maciça e institucional desmanchou o grupo.
“Reunimos todas as provas possíveis para incriminá-los e fizemos de tudo para esgotar todos os casos. Foi um trabalho de coragem, que expôs o Ministério Público”, ressalva Lovisaro.
Só que hoje ele conta que os problemas com o crime organizado são outros. O tráfico de drogas e o narcotráfico é que comandam os bandos que tentam surgir, tais como quadrilhas de assaltos de agências bancárias e de caixas eletrônicos. O PCC é o maior deles e já tentou articular uma facção aqui. Só que teve seus planos frustrados. Sob o comando de Lovisaro, no NAT, e do promotor Rodrigo Curti, no Gaeco, a instituição receptou informações sobre as movimentações de bandidos para formar uma frente do PCC no Estado. Rapidamente, o MP ofereceu denúncia e indiciou 46 pessoas envolvidas no esquema. Acabou com o grupo antes de ele começar a agir.
Danilo Lovisaro detalha como isso aconteceu. Tudo começou com o monitoramento de ligações de dentro dos presídios no Estado. As conversas falavam sobre a criação da facção. Paralelo a isso, um promotor de Epitaciolândia informou que grupos buscavam fazer o batizado do PCC no Acre. Ampliaram o monitoramento e descobriram que o bando já tinha escolhido as ‘pessoas chaves’, que são as estruturas da roda do crime do PCC.
Entre elas, estava o ‘chefe do sistema penitenciário’ (quem facilitaria as coisas de dentro das prisões), o ‘geral da rua’ (quem arrumasse os esquemas de crimes fora), o ‘geral dos gravatas’ (um tipo de controle de advogados e magistrados), os ‘padrinhos’ (quem batiza os novos bandidos adpetos) e até estavam definindo o valor da ‘cebola’ (contribuição mensal para arcar com o ‘sistema’, pagando os instrumentos para a prática de crimes e para sustentar as famílias quando o bandido estivesse preso). Isto é, já tinham as referências para a facção. Eles também já armavam crimes maiores e arrecadavam dinheiro captado em assaltos para dar o pontapé na trama.
“O grupo é forte em todo o país, mas impedimos que o PCC se alastrasse no Acre. Colhemos as provas, indiciamos as pessoas e o Gaeco ofereceu a denúncia à 1ª Vara Criminal. O processo está instruído e seguindo todos os trâmites devidos na 1ª vara”, tranquilizou Lovisaro.
Fonte: http://agazetadoacre.com/geral/45533-2013-11-29-16-34-15.html
Sábado, 27 de abril de 2013
RESUMO DO PCC NO ACRE
Cada ação desencadeada pela quadrilha era executada por membros específicos e de forma estratégica, com o objetivo maior de promover a realização de roubos e trafico de drogas.
1 Lanchonete Bob´s no canal da maternidade no dia 31.12.2012, crime consumado e os autores presos em flagrante logo após a execução IPL 1020/2012 1 DRPC;
4 Loja João e Maria, primeiro final de semana do mês de dezembro de 2012, frustado pela Polícia Militar que montou postos de observação;
7 Casa das embalagens no bairro Bosque, planejado mas não foi executado;
9 Ordem para matar dentro da penitenciária o preso Antonio Luciano Silva de Souza, na época não estava na sintonia do com o comando e sua liderança ameaçava a expansão da organização;
Alguns dos cargos do PCC no Acre
Geral da Rua: responsável pelo contato com integrantes que estão soltos, bem como articular ações desenvolvidas pelos membros que estão soltos.
Mais de quarenta estão sendo acusados de participarem da primeira célula do PCC no Acre, estes são os nomes que constam nos cadastros encontrados pela polícia:
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