11/01/2014 - 19:41:34
Com três mortes
registradas em 2013 e com uma população carcerária que proporcionalmente
é uma das maiores do Brasil, chegando a 68,5 presos para cada mil
habitantes, o Acre sofre os mesmos problemas que outros Estados, quando o
assunto é prender as pessoas acusadas ou condenadas por algum tipo de
crime.
O diretor-presidente do Instituto de
Administração Penitenciária (Iapen), Dirceu Augusto, disse ser difícil
impedir brigas e mortes, pois o clima é sempre de tensão, causado pelo
confinamento, pela superlotação e por desentendimentos dentro e fora da
prisão. Até 2013, as cadeias acrianas abrigavam 4.379 pessoas.
Para
o gestor, existem medidas paliativas que são adotadas, como separar
grupos ou retirar um dos causadores de confusões, mas nem sempre é
possível evitar que a confusão ocorra.
“As
brigas são de fato por situações causadas tanto do lado de fora, nas
ruas, como por desentendimentos internos. O que podemos fazer é intervir
de forma preventiva, aproveitando denúncias feitas por familiares ou
por mudanças no comportamento de alguns”, falou o diretor-presidente.
Dirceu
Augusto informou que o clima mais tenso é encontrado em uma ala chamada
de Chapão, no Francisco de Oliveira Conde, onde existem cerca de mil
presos acima da capacidade, além da área voltada para os provisórios que
possui cerca de 400 pessoas a mais.
“O que
potencializa esse clima é a superlotação: uma cela que é para quatro
presos acaba tendo 12 presos. Então, alguém vai dormir no chão; alguém
vai negociar um colchão”, explicou o sindicalista.
Para o presidente
do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Adriano Marques, a implantação
de travas eletrônicas, a compra de equipamentos de segurança poderiam
contribuir para a redução da violência e para o número de mortos.
“Falta
estrutura. Tem pavilhões que possuem 200 presos para dois agentes. Em
SP, uma das medidas para reduzir a violência foi a instalação de trancas
eletrônicas. A superlotação é um item que potencializa ainda mais a
violência”, disse o sindicalista.
Adriano
Marques afirmou que autoridades se orgulham da eficiência do Acre em
prender os criminosos, sendo considerado proporcionalmente o Estado que
mais possui apenados. Mas, ele afirma que o problema da criminalidade é uma questão social.
“Muitas pessoas elogiam a
quantidade de prisões no nosso Estado, mas isso significa que faltam empregos, saúde e
educação”, afirmou o representante dos servidores.
Outro problema enfrentado seria a falta de geradores de emergência em caso de queda de energia.
“O
ambiente já é superlotado e tenso, agora, imagine quando falta energia
elétrica? A possibilidade de brigas é potencializada ainda mais”,
explicou o sindicalista.
O problema dos presídios voltou a ser
debatido depois que os jornais começaram a divulgar as mortes
registradas no presídio do complexo de Pedrinhas, em São Luiz, no
Maranhão, onde ocorreram 28% das 218 mortes registradas em todas as
unidades prisionais do Brasil.
Fonte: http://www.jornalatribuna.com.br/Mostrar.jsp?id=40439
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