terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Agentes penitenciários anunciam greve a partir de sexta-feira, dia 6
Após registradas duas mortes de agentes penitenciários, na capital 
acreana, em menos de 48h, o presidente do Sindicato dos Agentes 
Penitenciários do Acre (AGEPEN), Adriano Marques, informou ao ac24horas no
 início da tarde desta terça-feira, 3, que os servidores devem entrar em
 greve a partir da próxima sexta-feira, dia 6 de fevereiro.
De acordo com Adriano, a greve será silenciosa. O presidente afirma 
que todos os agentes vão “bater o ponto, mas não irão trabalhar”. 
Segundo o líder sindical, “essa prática é prevista em lei e todos vão 
estar nos locais de trabalho. 100% baterá o ponto, mas na hora de 
trabalhar, teremos apenas 30% no exercício. Vamos obedecer a 
legislação”, pontua o representante.
Marques também apontou, em entrevista, que “o sistema penitenciário 
está numa situação caótica e falido. Nós temos cerca de 4.300 presos, e 
os agentes não tem equipamentos de segurança”, ao considerar que “as 
recentes mortes mostram o descaso do poder publico na falta de 
planejamento estratégico de inteligência e de segurança” e acredita que 
“essas mortes poderiam ter sido evitadas (sic)”, argumenta.
Adriano denuncia que em algumas celas, preparadas para abrigar dois 
presos, podem estar com até sete detentos. “O Francisco de Oliveira 
Conde cresceu como uma favela. A engenharia é inadequada. Não é uma 
alvenaria de concreto, é de tijolo. Se os presos começarem a bater grade
 de verdade, quebra a estrutura”, comenta.
Ainda sobre o quesito engenharia, Adriano compara o problema do Acre 
com a rebelião ocorrida no interior do estado do Maranhão, situação em 
que diversas pessoas morreram e foi necessária a interferência da União,
 através do Ministério da Justiça, para minimizar a crise na segurança 
Pública daquele estado. “Se os presos batessem grade de verdade, nós 
teríamos situações como a de Pedrinhas, no Maranhão”, acredita.
No momento da entrevista, o presidente sindical destacou que estava 
aguardando uma conversa com o presidente da Assembleia Legislativa do 
Acre (Aleac), Ney Amorim, do PT, situação em que seriam colocadas na 
mesa todas as exigências da classe. “Estamos aguardando a recepção do 
presidente da Assembleia, o deputado Ney Amorim. Vamos discutir a 
questão do banco de horas, dos equipamentos, enfim, queremos que ele e 
os demais deputado levem nossa situação ao governo do estado”, completa o
 sindicalista.
Criticando a omissão da gestão estadual diante da crise 
penitenciária, Adriano ameaçou acampar em frente à sede do Poder 
Executivo, “se ele [o governador Sebastião Viana] não se sensibilizar com a 
gente”, declarou o presidente ao dizer, ainda, que se a Justiça 
interferir na greve, também haverá acampamento em frente à sede do Poder
 Judiciário do Acre. “Se tiver decisão da Justiça, vamos acampar no TJ”,
 finaliza.
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