Suspeito deveria ser transferido para presídio, mas
foi devolvido à delegacia.
Sindicato alega problema em documentos; Polícia vai investigar conduta.
Cláudio Martins,
mais conhecido como 'Barrão', suspeito de matar a tiros o agente penitenciário
Anderson Albuquerque, de 29 anos, no dia 2 de fevereiro, continua preso em uma
cela da Delegacia de Investigação Criminal (DIC), em Rio Branco. Na última
segunda-feira (20) a Polícia Civil tentou encaminhá-lo para o presídio
Francisco de Oliveira Conde, mas os agentes que estavam no local não aceitaram
a transferência, alegando problemas na documentação do preso.
Segundo o
delegado responsável pela custódia do preso, Pedro Paulo Buzolin, a
documentação do preso não estava errada. "A documentação não estava
errada, estava tudo certo. Inclusive tem ordem judicial para que ele cumpra
prisão no Francisco de Oliveira Conde. Ele passou pelo exame de corpo de
delito, que também é requisito para ingresso na penitenciária e mesmo assim foi
recusado o recebimento dele, descumprindo a ordem judicial", afirma.
Buzolin explica
que o suspeito está detido durante todo esse tempo na delegacia,
porque esperava a prisão temporária ser convertida em prisão preventiva.
A prisão
temporária tinha como local de cumprimento a delegacia. Quando essa prisão
temporária foi convertida em preventiva, teve a determinação que fosse
encaminhado ao presídio. Descumpriram essa ordem. A prisão inicial foi cumprida
na delegacia, tendo em vista a necessidade de oitiva e outros procedimentos a
serem realizados", afirmou.
O delegado
esclareceu ainda que o caso será encaminhado para a 4ª Delegacia Regional, que
abrange a penitenciária da capital. Ele explica que o delegado responsável pode
abrir um inquérito para investigar a conduta dos agentes penitenciários.
"Será
encaminhada para a delegacia da área da unidade e se o delegado entender que
houve desobediência, abrirá um inquérito. Através desse inquérito, com
requisição do juiz que teve a ordem dele descumprida, pode solicitar a
instauração do inquérito", esclareceu.
Sindicato quer
que preso seja transferido para unidade federal
O presidente do Sindicato do Agentes Penitenciários (Sindape/AC), Adriano
Marques, reafirmou que a documentação do preso estava no nome de uma outra
pessoa e, por isso, o suspeito foi devolvido à delegacia.
"O preso
estava com a documentação no nome de outra pessoa. Comunicamos à direção, que
concordou com nosso posicionamento. Não houve repúdio, simplesmente era para
regularizar a documentação. Nós acreditamos nas investigações da Polícia Civil
e nas punições da Justiça", argumentou.
Ainda de acordo
com Marques, o sindicato está pedindo que o preso seja transferido para um
presídio federal. "Acreditamos que ele faz parte de uma organização criminosa", diz.
Marques disse
ainda que houve um problema de comunicação entre os dois órgãos e tudo pode ser
resolvido com uma reunião com representantes dos órgãos.
Procurado pela
reportagem do G1,
o presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC),
Martin Hessel, diz que desconhecia o problema relacionado com a transferência
do preso. Ele conta que foi informado na manhã desta quarta-feira (22) que o
preso seria transferido, no período da tarde, para o presídio Antônio Amaro.
Entenda o caso
O agente penitenciário Anderson Albuquerque, de 29 anos, foi morto com dez
tiros na noite do dia 2 de fevereiro, no Bairro da Paz, nas proximidades da
Faculdade Meta (Fameta), em Rio Branco. Albuquerque atuava há seis anos como
agente e trabalhava na Unidade de Recolhimento Provisório (URP), do Presídio
Francisco D'Oliveira Conde.
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