O Estado de S.Paulo
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Ministro da Justiça tira a Polícia Federal de sua segurança
Alexandre
de Moraes forma equipe pessoal com policiais militares da Força
Nacional; segundo assessores, ideia é fazer revezamento para ‘prestigiar
todas as forças’ da pasta
Ricardo Galhardo e Fabio Serapião,
O Estado de S.Paulo
O Estado de S.Paulo
13 Outubro 2016 | 05h00
BRASÍLIA – O ministro da Justiça,
Alexandre de Moraes, decidiu substituir sua segurança pessoal, até agora
a cargo da Polícia Federal, por policiais militares que integram a
Força Nacional de Segurança. Segundo assessores, a ideia é fazer um
revezamento entre PF e Força Nacional para “prestigiar todas as forças”
da pasta.
Alexandre de Moraes é ministro da Justiça do governo Temer
A decisão, no entanto, causou desconforto
entre policiais federais que viram a substituição como um sinal de
desprestígio da corporação. Segundo fontes da PF, apenas um policial
federal será mantido na equipe de segurança do ministro. Todos os outros
serão PMs. O Estado apurou que a maior parte é
proveniente de São Paulo, onde Moraes foi secretário da Segurança
Pública na gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Em conversas reservadas, delegados e
agentes da PF questionam a medida lembrando que a corporação tem a
prerrogativa legal de cuidar da segurança de ministros conforme a Lei
4.483/64. Questionam ainda a legalidade do uso da Força Nacional, uma
vez que nem a lei que determinou sua criação nem a portaria que
normatiza sua atuação preveem a atuação do grupo na proteção de
autoridades.
Criada em 2004, no governo Luiz Inácio
Lula da Silva, a Força Nacional é composta por PMs de todos os Estados
da Federação que recebem treinamento específico para atuar em situações
geralmente emergenciais como risco à ordem pública e catástrofes
ambientais.
Já a PF possui um Núcleo de Segurança de
Dignatários (NSD), com sedes em Brasília, Rio e São Paulo, que tem
policiais especialmente treinados para a função.
Polêmicas. Desde que
assumiu o ministério, em maio, Moraes protagonizou polêmicas em relação à
PF. Logo no início da gestão, ele se recusou a receber representantes
dos delegados da instituição que solicitavam mudanças no critério de
escolha do diretor-geral.
Setores da corporação criticam o estilo
“midiático” do ministro que chegou a aparecer cortando pés de uma
plantação de maconha. Em setembro, Moraes comentou, em uma conversa com
eleitores de Ribeirão Preto, sobre uma nova fase da Operação Lava Jato. O
Ministério da Justiça informou que não comenta informações sobre a
segurança do ministro.
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