sexta-feira, 16 de abril de 2010

Agentes da SUAPI participam de Tropa de Elite 2



Ao deixarem a Penitenciária Professor Ariosvaldo de Campos Pires (PPACP), em Juiz de Fora, para a realização do curso da SWAT School, durante uma semana no Rio de Janeiro, três integrantes do Grupo de Intervenção Tática (GIT) da unidade apostavam que voltariam para a unidade com novos conhecimentos. Certamente, o que eles não esperavam é que o bom rendimento no treinamento lhes rendesse a participação em um dos filmes mais esperados do ano, o Tropa de Elite 2.

No dia 4 de abril, Marcelo Antônio Dias, Guilherme Amorim e Daniel Macedo voltaram para o Rio de Janeiro, trocaram o uniforme do GIT pelo do Batalhão e Operações Policiais Especiais (Bope) e mostraram toda a experiência adquirida no sistema prisional de Minas Gerais para as lentes do diretor José Padilha. O conteúdo das cenas é guardado em segredo. O único detalhe que pode ser adiantado é que os agentes fizeram parte de uma das cenas mais emocionantes da nova trama de Capitão Nascimento.
O convite para a participação no longa metragem veio de uma brincadeira durante as aulas do curso da SWAT School, ministradas por instrutores do estado americano do Texas e integrantes do Bope, em um centro de treinamentos localizado em Nova Iguaçu. Além dos agentes de Juiz de Fora, participaram pessoas de todo os país, além de portugueses e italianos. Os alunos eram divididos em equipes e a promessa, para quem estivesse no time vitorioso, era a de estrelar ao lado de Wagner Moura na continuação de Tropa de Elite.

Dias, Amorim e Macedo integravam o grupo vencedor e, devido ao destaque de suas performances, o que seria apenas uma brincadeira se tornou realidade. “Um dia tocou o telefone aqui na unidade e era da produção do filme. Disseram que os meninos tinham sido escolhidos para participar das filmagens por causa do perfil, da disciplina e da humildade que apresentaram no treinamento”, relatou a diretora da PPAPC, Ândrea Andrie.

O Grupo de Intervenções Táticas, do qual fazem parte Marcelo Antônio Dias, Guilherme Amorim e Daniel Macedo, é um grupo diferenciado de pronta resposta que dá suporte às unidades prisionais em Minas Gerais. Criado em 2007, foi instalado em unidades mais complexas, com maior número de detentos. O GIT representa uma maior autonomia para o sistema prisional, pois, antes, em caso de qualquer problema nas unidades, era necessário acionar a Polícia Militar (PM).

Já o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que se tornou nacionalmente reconhecido por causa do filme Tropa de Elite, foi criado pela PM do Rio de Janeiro para atender uma demanda específica do estado. Seus integrantes são treinados para fazer incursões em ambientes confinados e restritos, principalmente em morros e favelas, com o intuito de buscar armas e drogas.

À primeira vista, se tomados os locais de atuação, as atividades do GIT e do BOPE se diferem muito. Entretanto, ambos os grupos são acionados em situações críticas e em missões especiais, nas quais o stress é constante, como apontou Guilherme Amorim. Por isso, a diretora da PPACP acredita que a troca de experiências entre os integrantes é bastante valiosa.

Uma particularidade que o Bope carrega é a curiosidade que passou a despertar no imaginário brasileiro após Capitão Nascimento ganhar as páginas de um livro e as telas do cinema. Mas apesar da fama do batalhão carioca, Marcelo Dias é enfático em dizer que não trocaria, de fato, o uniforme do GIT pelo do Bope. “Por questão de gosto, eu sou satisfeito onde eu estou. A função que o grupo desempenha é muito importante. Cuidar de 400 presos não é uma tarefa fácil, temos que honrá-la. Por isso, hoje, eu não trocaria”, ressaltou o agente. 

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