quarta-feira, 21 de abril de 2010

AGAZETADOACRE




Quarta, 21 de abril de 2010.



NELSON LIANO JR.

O clima quente dos mais recentes dias em Rio Branco parece ter afetado os movimentos sociais e políticos do Estado. Ontem, em frente ao prédio da Aleac, os dois sindicatos dos trabalhadores em Educação debatiam a situação da categoria. O som dos auto-falantes que invadiu o plenário da Casa Legislativa esquentou ainda mais o debate entre os parlamentares.

Os três principais temas tratados por oposição e situação foram as questões da Segurança Pública, o recente assassinato de um agente penitenciário e os problemas que surgiram na ponte do Rio Caeté na BR-364, próximo a Sena Madureira.

O líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB) fez um alerta em relação aos problemas vivenciados pelos agentes penitenciários que ameaçam entrar em greve. “Há um clima de confronto e isso é terrível para a sociedade acreana, para os presos e as suas famílias. O presidente do sindicato dos agentes fez declarações muito fortes dizendo que tem que haver reações. Segundo ele, se não prenderem logo os assassinos haverá 880 agentes caçando os criminosos. Me preocupo com isso.

Estou defendendo um diá-logo permanente do Governo com os agente penitenciários que estão anunciando uma provável greve. Acho isso inadequado no momento desse confronto porque aqui fora a gente ainda não sabe o que está acontecendo. Não sabemos se foi um crime de vingança ligado a grupos de presidiários ou se foi passional. Precisamos ter uma investigação e uma solução da polícia para tomarmos uma posição mais clara. Até lá temos que levantar as pautas das negociações já realizadas com os agentes para ver o que é possível atender. Mas acho que é muito ruim que num momento de aflição da família do que foi assassinado se discutir greve”, afirmou.

O início do estopim, para o parlamentar, comunista foram as comemorações de alguns reeducandos depois do anúncio da morte do agente. “Nós ouvimos falar que havia comemorações dos presos e isso nos preocupou porque cria um clima de confronto. Os agentes podem querer revidar e os presos quererem reagir. Tudo isso é muito ruim. É preciso radicalizar no diálogo entre os agentes e o Governo e que seja feita a prisão dos assassinos o mais rápido possível”, preveniu.

O deputado Luiz Calixto (PSL) concordou com as preoupações do líder governista. “A penitenciária é sempre um barril de pólvora e o Governo está contribuindo para a sua explosão. Há menos de 40 dias foi feito uma reunião com os agentes penitenciários e formulada uma pauta de compromissos que não teve nem a metade cumprida. O Governo tem que honrar a sua palavra caso contrário nós teremos uma explosão dentro do sistema penitenciário do Acre. Veja o exemplo das reeducandas do Francisco de Oliveira Conde que estão protestando por falta de água um elemento básico e fácil de ser resolvido”, destacou.

O deputado Thaumaturgo Lima (PT) concorda que a situação nas penitenciárias é preocupante, mas não acredita num conflito. “Essa situação que ocorreu no Iapen reconhecemos que é complicada. O Governo através da Segurança Pública e das suas polícias está tomando as devidas providências para solucionar o caso. Os nossos presídios são os que têm menores índices de rebelião no Brasil. Acredito que não vai haver retaliações porque os agentes penitenciários são treinados e capacitados para trabalhar. Não acredito que em qualquer momento eles possam se rebelar para fazer uma revanche junto aos presidiários do Francisco de Oliveira Conde. Eles vão entrar novamente em negociação com o Governo para evitar que um fato como esse do assassinato possa ocorrer no futuro”, avaliou.




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