sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
TENTATIVA DE REBELIÃO NO PRESÍDIO FEMININO
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Agepen), Adriano Marques, compareceu ao escritório do advogado do sindicato para cobrar ações do Instituto Penitenciário do Acre (Iapen) com relação a um princípio de rebelião registrado na penitenciária feminina, localizada dentro do Complexo Francisco D’Oliveira Conde.
Marques estava acompanhado de três agentes que estavam no presídio na manhã de quinta-feira (13), dia em que ocorreu o fato. Por motivo de segurança, a reportagem não deverá citar o nome das agentes que estavam no pavilhão no momento dos fatos narrados nesta matéria.
Segundo relatos da agente, a tentativa de rebelião ocorreu quando ela dirigiu-se a uma das celas do presídio para retirar duas detentas que deveriam ser encaminhadas para atendimento no posto médico.
“Quando abri a cela para retirá-las, as outras forçaram a grade para tentar escapar. Nesse momento saíram pelo menos dez. Eu gritei por socorro e consegui auxílio das outras agentes que estavam no pavilhão” relembrou a agente penitenciária.
O presidente do Sindap observa que a agente correu bastante risco por estar trabalhando num pavilhão com efetivo reduzido e sem equipamento de segurança.
“Por sorte, uma colega estava com a tonfa e manteve as presas afastadas. Mas passamos por momentos de muita insegurança. Se alguma delas tivesse estoque, por exemplo, poderia ter me matado ou me feito de refém”, ressaltou.
A agente revela que o pavilhão feminino possui aproximadamente 160 detentas e apenas 12 agentes fazem a segurança do local. Contudo, três agentes estão de folga, três de férias e isso torna o efetivo mais reduzido.
“Além disso, maior parte do pavilhão tem o forro de madeira. Isso pode facilitar fugas e motins”, revelou a agente. (Nayanne Santana)
Medidas suspensas
Após a tentativa de rebelião das presas, as agentes procuraram a direção do presídio feminino, mas foram informadas que as medidas cautelares para reeducandas está suspensa por uma portaria da juíza titular da Vara de Execuções Penais, Maha Manasfi.
“A única coisa que foi informada é que as dez ou onze detentas envolvidas no incidente ficariam sem banho de sol e sem receber visitas. Porém, quando elas souberam disso, ameaçaram fazer uma rebelião nesse sábado (15)”, contou.
A preocupação das agentes é que caso as detentas decidam mesmo dar início a uma rebelião, a situação será caótica, pois no sábado apenas quatro agentes estarão escaladas para fazer a segurança no presídio feminino.
TRAUMAS
A agente que estava no pavilhão quando as presas se rebelaram disse que um dia após ter passado por momentos de tensão é que teve idéia do risco que correu.
“Na hora eu fiquei em estado de choque. Não tinha noção do perigo que aquela situação representou. Só nessa sexta-feira, um dia depois, é que em casa eu parei para pensar no que tinha acontecido e fiquei apreensiva”, lembrou a agente.
Neste sábado, a mesma agente que estava no presídio no dia da tentativa de rebelião estará em serviço no pavilhão feminino. “Tenho muito medo que amanhã elas façam alguma coisa em retaliação. No dia do incidente uma das detentas me fez ameaças”, afirmou.
CHEGADA DO DIRETOR
A expectativa é que o diretor-presidente do Iapen, Dirceu Augusto, assuma a pasta. O novo diretor tem uma reunião agendada com os agentes penitenciários que contará com a presença de assessores de governo.
Na reunião, prevista para ocorrer na tarde de terça-feira (18), os agentes vão apresentar as falhas que têm encontrado no presídio e ainda as reivindicações da categoria com relação às condições de trabalho.
(Nayanne Santana)
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