sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sobre tráfico nos presídios, sindicalista diz: “agentes penitenciários são inocentes até provarem o contrário”



O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre, Adriano Marques, saiu em defesa dos colegas Rafael Sussuarana, Paulo Montenegro e Adriano Pinto, que foram acusados pelo ex-agente, Francisco Carura, de integrar uma quadrilha que negocia drogas no sistema prisional do Acre. Em troca de benefícios, Carura teria revelado um ‘esquema falso’ ao juiz federal Jair Facundes.


Marques disse que os agentes procuraram o sindicato para pedir providências. Também teriam levado certidões negativas expedidas por órgão de segurança e comprovantes de que não respondem a processos administrativos. “Não podemos extrapolar princípios constitucionais, portanto, eles gozam da presunção da inocência”, ressaltou o sindicalista, propondo audiências públicas para avaliar e discutir o sistema prisional no Estado.


A entrada de drogas nos presídios, em sua opinião, acontece por uma série de fatores: são apenas 3 agentes para 1.000 visitantes, os detectores não são precisos, não há cães farejadores e bloqueadores de celulares. “Sem contar que não temos um Boriscan (aparelho que detecta celulares e drogas)”, acrescentou. Adriano é também é contra a entrada e circulação de dinheiro no interior dos presídios.


Avaliando a má conduta de alguns agentes, ele afirma que são ‘casos isolados’. Quanto ao sistema prisional, o sindicalista avalia da seguinte forma: “Há um déficit na segurança do sistema prisional. Só na Capital, estamos precisando de 200 servidores. As guaritas externas dos pavilhões não estão guarnecidas. O problema zero um é o efetivo reduzido. O dois é a falta de equipamentos de segurança e proteção para os agentes penitenciários. Vivemos sob constantes ameaças. Atualmente, a função de agente penitenciário é a mais estressante entre todas as profissões. De acordo com uma pesquisa da Datafolha, a expectativa de vida de um agente penitenciário gira em torno 45 anos”.


Para ele, o ‘produto final’ da Segurança Pública, o preso, por não ser reeducado, torna-se um profissional do crime nos presídios. “O nosso sistema é caótico e falido. Estamos longe de ter uma política de segurança conseqüente e resolutiva”, critica Adriano Marques. Uma das principais reivindicações do sindicato é a imediata instalação de monitoramento por sistema de vídeo, integrado em todas as unidades do Estado, 24h por dia.

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