skip to main |
skip to sidebar
RELATÓRIO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO CONASP
O CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA/CONASP foi criado após a 1ª
Conferência Nacional de Segurança Pública/CONSEG realizada em
Brasília/DF, entre os dias 27 e 30 de agosto de 2009, que contou com
524.461 pessoas envolvidas no processo, 225.395 participantes em todas
as etapas, 256.598 participantes via web, 514 municípios integrantes,
42.468 participantes em atividades de mobilização, 27 eletivas com
25.645 participantes, 140 Conferências Municipais preparatórias com
19.006 participantes, 1.140 Conferências Livres com 66.847
participantes, 13 Seminários Temáticos com 3.270 participantes, 24.108
participantes em projetos especiais, 1.883 participantes em cursos de
capacitação presenciais e EAD, 64.137 participantes na consulta aos
policiais e 3.060 participantes na Etapa Nacional, sendo 47,9% de
membros da Sociedade Civil, 32,8% de Trabalhadores da Segurança Pública e
19,3% de representantes do poder público, entre eles Observadores
Internacionais, sendo tudo isso proposto pelo Governo Federal, tendo
como principal norte a participação popular objetivando o fortalecimento
do Sistema Único de Segurança Pública/SUSP por meio da criação de uma
Política Nacional de Segurança Pública a partir da discussão dos sete
Eixos Temáticos, que foram votados e aprovados no citado evento.
Para implementar os Princípios e Diretrizes eleitos foi criado o CONASP,
sendo o mesmo composto por gestão tripartite formada: 40% da sociedade
civil organizada, 30% por servidores e 30% por gestores.
Um dos
assentos do CONASP: Titular e Suplente, foi conquistado pelo Sindicato
dos Agentes Penitenciários Federal de Catanduva/PR, que entendendo a
necessidade de unir em torno de um bem comum foi acordado e validado
pela extinta Coordenação Nacional dos Servidores Penitenciários, que
durante o prazo de atuação correspondente a 02 anos, o 1º ano contaria
com a participação do Agente Penitenciário Estadual José Neves/PR e o 2º
ano seria preenchido por Agente Penitenciário Federal, escolhido entre
eles, para debater e defender os interesses individuais e coletivos
inerentes as discussões do respectivo Conselho, concernentes ao Sistema
Penitenciário e viabilizar ampla divulgação da atuação dos seus atores.
O tema proposto para ser debatido no período matutino foi: “O atual
modelo de sistema prisional, suas diretrizes políticas e ordenamento
legal, com foco nas “condições de vida no cárcere”, considerando as
necessidades da pessoa presa e dos trabalhadores do sistema prisional”,
sendo feita abertura pelo Diretor Geral do DEPEN, Dr. Augusto Rossini,
que em sua fala informou que a respectiva Audiência Pública é fruto da
cobrança do Direito Humano Internacional referente às ações a serem
desenvolvidas no Sistema Penitenciário em torno de 19 e que as
discussões fomentadas darão início a outras, pediu licença que iria
despachar com o Ministro da Justiça.
O presidente da
mesa, Conselheiro Almir, convidou a primeira palestrante a Prof.ª Dr.ª
Anália Sória Batista (Socióloga e Pesquisadora do sistema prisional em
Brasília do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília), que
discorreu sua pesquisa em torno dos problemas que já conhecemos e
concluiu que o Agente Prisional, sob sua ótica é um “Cuidador” e sua
sugestão, até singela, é que deve ser chamado os universitários para
irem às unidades.
O segundo palestrante foi o Padre Valdir João
Silveira (Coordenador Geral da Pastoral Carcerária), que me surpreendeu
muito com sua visão técnica e clara dos problemas adquiridos no cárcere,
tanto são afetados os Servidores como os Segregados, sua palestra
discorreu sobre suas visitas realizadas nas unidades penais por todos
Estados da Federação e tem feito denúncias aos governantes,
principalmente do abandono nos interiores e nos Estados mais afastados
da capital brasiliense, chamou a atenção sobre a privatização e se
posicionou contrário a esse modelo que não resolve mais cria um déficit
maior ao Estado e banaliza a finalidade da ressocialização, que é
disfarçada em uso da mão de obra barata sem atender aos objetivos
preconizados na Lei de Execução Penal/LEP. Bem como foi contundente em
dizer que é contrário ao modelo da APAC, que inclusive ele é um dos
mentores desse projeto, mas o mesmo não atende a reforma esperada para o
Sistema Prisional.
A terceira palestrante foi a Ouvidora e
Pesquisadora Valdirene Daufmback (Ouvidoria do Departamento
Penitenciário Nacional) que discorreu sobre os velhos problemas, mostrou
slides de fotos com condições degradantes dos presos, que não deixa de
ser também o ambiente em que o Agente Penitenciário está sujeito. Falou
de problemas que estão mais evidentes em determinado Estado, mas que
isso vêm ocorrendo por omissão do Estado-membro que deixa de fazer sua
parte, ou demora a firmar os devidos convênios com a União que aumentou
ainda mais, os recursos para serem aplicados pelos Estados. Finalizou
dizendo que o DEPEN tem se preocupado sim com a situação das unidades,
que passam por falta de efetivo, superlotação, superpopulação, falta de
atendimento médico, odontológico, psicológico, psiquiátrico, social,
estrutura sem condições de uso... Disse que uma das metas que estão
analisando é municipalizar o atendimento médico e fazer convênio com o
MEC, mas não deixou claro qual é o real modelo pensado pelo DEPEN.
O
debate realizado após as palestras foi muito produtivo com a
participação dos Servidores expondo suas práxis e cobrando a efetividade
da PEC 308, que foi a Diretriz mais votada na 1ª CONSEG e que até o
momento está esquecida.
No período da tarde, ás 15h, as lideranças
de MS, RJ, MT e RO estiveram em audiência com o Assessor do Ministro da
Previdência, Dr. Louremberg, para obterem informações sobre o Projeto de
Lei do Executivo sobre a Aposentadoria Especial. O Dr. Louremberg
informou-nos que o Governo havia acatado as sugestões discutidas na
última reunião e melhorado ainda mais o texto que alteraria a Emenda nº
51, mas a Polícia Federal só aceita tal alteração caso o Governo lhes
retire a aposentadoria complementar, aprovada recentemente, e como não
chegaram a um consenso o Governo decidiu em manter o Projeto de Lei
original, PL nº 554, e encaminhá-lo para trâmite após ás eleições
municipais, enquanto isso os Estados que possuem lei concernente ao
tema, continuará aplicando-a. O Presidente da FENASPEN, Fernando
Anunciação, informou que irá conversar com o advogado da Confederação
dos Servidores Públicos Brasileiros/CSPB para analisar a possibilidade
de obter a aposentadoria via judicial.
Ao retornarmos a audiência
pública, com o tema: “O papel dos Agentes Penitenciários no Sistema
Penal, considerando a proposta de emenda constitucional – PEC 308 e
alternativas de regulamentação constitucional”, não deu tempo de
assistir a palestra do Dr. Arlindo Lourenço (Psicólogo e Servidor da
Secretaria de Administração Penitenciária/SEAP-SP) e pegamos a palestra
do Dr. Herbert José de Almeida Carneiro, Presidente do Conselho Nacional
de Política Criminal e Penitenciária/CNPCP, que logo após pediu licença
para se ausentar, pois tinha viagem marcada pra aquele horário.
O
último palestrante foi o Cel. da PMMG ex-Diretor Geral da Sub-Secretaria
de administração Penal do Estado de Minas Gerais, autor do livro “O
tempo e a Violência”, que foi aplaudido em pé por sua percepção, lógica e
argüição sobre a delicada questão penitenciária. O debate ocorrido na
sequência foi bastante enriquecedor, por meio das sugestões cedidas
pelos Companheiros do Sistema Penitenciário, que souberam pontuar seus
anseios, suas opiniões, suas observações perante as situações
vivenciadas, assim como deixaram registrado suas sugestões.
Ao
encerrar, ás 18h, o presidente da mesa, Conselheiro Almir, convidou os
presentes para retornarem no dia seguinte, dia 14, quinta-feira, para
participarem da reunião mensal do CONASP, que fariam um balanço da
Audiência.
Logo após os Diretores da FENASPEN: Fernando
Anunciação, Jacira Maria, Francisco Rodrigues e Vilobaldo Adelino
deslocaram para falar com o Senador/Presidente da CCJC Eunício Oliveira
(PMDB/CE), que estava afônico e foi embora mais cedo. Diante disso fomos
fazer gestão junto ao Senador/Suplente Humberto Costa (PT/PE), que não
nos atendeu e solicitou que retornássemos na semana seguinte, devido ao
tumulto na casa com as CPIs e por estar lidando com problemas políticos
em sua base. Fomos aos Gabinetes dos Senadores: Francisco Dornelles
(PP/RJ), Lindbergh Farias (PT/RJ) e Delcídio do Amaral (PT/MS).
JACIRA MARIA
Secretária Geral do SINDSPEN/MT
Diretora de Políticas para as Mulheres da FENASPEN
Nenhum comentário:
Postar um comentário