segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mudança de alvo


   
Renê de Almeida*

Dando curso a sua sana de violência, os bandidos do denominado PCC, em São Paulo, após haverem atacado a policiais e aos seus indefesos familiares, se voltam agora para ameaçar e matar aos Agentes Penitenciários paulistanos, conforme amplamente divulgado nacionalmente.

Em face disso, aqueles bravos servidores ameaçam entrar em greve, e creiam, não por melhores salários, mas pelo direito ao porte de arma fora do ambiente de trabalho. Como são modestos.

Contemplar os agentes penitenciários com o porte de arma fora dos seus ambientes de trabalho é o mínimo que lhes pode ser concedido pelos nobres legisladores. Eles, os legisladores, se continuarem a pensar contrariamente é porque, vias de regra, desconhecem o fabuloso e destemido trabalho realizado por tais servidores da segurança, eis que, alguns parlamentares somente comparecem aos presídios nas ocasiões em que às câmeras televisivas estão a cobrir o caos criado por bandidos rebelados e as imagens são geradas para todo o País.

Não mais podemos conceber que agentes do Estado continuem a ser mortos ou ameaçados por bandidos. Eles, os bandidos, é que devem temer a sanção estatal em face dos seus comportamentos marginais.

Precisamos repensar o nosso sistema prisional; unificar modelo único para todas as unidades federativas.

Em alguns estados as unidades penais estão sob a égide de Secretarias de Justiça e Cidadania. Em outros, poucos, sob a responsabilidade das Secretarias da Segurança.

Ora, o nosso sistema prisional é o instrumento estatal utilizado pelo poder judiciário para sancionar os sentenciados, levando-os a cumprir pena de prisão até as suas ressocializações.

Para que tal mister se efetive, é necessário que tenhamos profissionais qualificados, respeitados pelos Estados e pelos bandidos, para que possam se impor àqueles que soltos ou presos continuam a aterrorizar o cidadão.

Se em alguns momentos, nos grandes centros, os marginais já enfrentam, ameaçam e matam policiais militares e civis, sem nenhum temor, imaginem o terror que implantam aos agentes penitenciários que, em alguns Estados não possuem ao menos o status de policiais e, como disse de começo, nem armas podem portar.

É passado o momento de entenderem que a ressocialização só se efetivará quando os presos passarem a respeitar os agentes, o que não ocorre hoje em São Paulo e em alguns outros Centros. São esses agentes que comumente passam doze, dezoito horas, com uma faca colada ao pescoço quando das rebeliões. Quando libertados, se vivos, retornam às suas casas, de ônibus, desarmados e à mercê de outra faca portada pelo bandido que está de fora, este, sócio do bandido de dentro que o mandou praticar um assalto para financiar as atividades da indústria do crime.

Por isso e muito mais, é que pugnamos pela imediata concessão do porte de arma a todos os agentes penitenciários do País, sejam os mesmos inseridos definitivamente na carreira policial civil, pois só desse modo, com maior segurança pessoal é que poderão impor aos sentenciados os seus deveres de presos, acatando as regras da prisão e, sobretudo, passarem a respeitar ao braço armado do Estado.

Policia neles!

* Delegado titular do 4º Distrito Policial, ex-delegado de Polícia e diretor de Presídio no Estado do Maranhão 


Fonte: http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=11058

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