segunda-feira, 11 de março de 2013

Delegado contesta discurso do governo sobre índices de violência

Saulo Ribeiro dispara sérias críticas à gestão petista e diz que a promoção de pessoas inexperientes tem impossibilitado uma boa gestão das polícias.
 
Ângela Rodrigues, da Agência ContilNet

Delegado Saulo Ribeiro/Foto: Portal O Acre
Delegado Saulo Ribeiro/Foto: Portal O Acre
Em entrevista a um site de notícias da capital, o delegado Saulo Ribeiro, que atua na Delegacia de Flagrante (Defla), disparou duras críticas à gestão petista.

Segundo o delegado, os profissionais estão desmotivados devido à incapacidade de agirem diante da crescente onda de violência na capital acreana.

Ele enfatiza que a falta de estrutura tem deixando os agentes inertes e sem condições de oferecer um trabalho de qualidade à sociedade.

Há problemas que precisam ser solucionados. Atualmente, vejo que existe na secretária um quadro de funcionários bastante defasado e isso compromete a eficiência do trabalho de natureza policial. Há delegacias em que o delegado opera com o quadro reduzido de pessoas ao ponto que, se um for jantar e outro for ao banheiro, o trabalho da segurança da própria casa ficará comprometida", destacou.

Saulo Ribeiro diz que a realização do concurso público para o preenchimento de cargos está longe de suprir a demanda.


"O quadro da secretaria é bastante envelhecido; temos bastantes servidores em vias de pedir aposentadoria, e aí como fica? O novo grupo que será efetivado vai se perder logo devido a uma série de fatores, principalmente os pedidos de férias e a lotação em serviços para os quais a pessoa não foi contratada", afirma.

Ele se refere a atividades intermediárias e paliativas que nem sempre conduzem ao final da investigação.





Saulo Ribeiro rebate o discurso petista amplamente divulgado na imprensa de que conseguiu baixar os índices de violência no Estado.


"Olha, é aquela velha estória; os números são frios. A estatística não condiz com a realidade,ninguém conhece esses números, eu mesmo já pedi para verificar estes índices de que eles tanto falam, mas nunca me entregaram para eu ver. Por isso não acredito no que eles falam", dispara.

Ao avaliar o serviço prestado na segurança pública, o delegado destaca, ainda, que o trabalho da Polícia Civil é precário e atribuiu o baixo rendimento ao número reduzido de servidores.

"O serviço oferecido pela Polícia Civil é precário porque sem quadro de funcionários não há como abafar a criminalidade. No caso de roubo e furto, por exemplo, o cidadão tem seus objetos suprimidos, vai à delegacia, registra o boletim de ocorrência.Quando o delegado tem alguém pra começar uma investigação, ele faz alguma coisa. Mas, na maioria dos casos passa batido, e tem também aqueles casos em que a pessoa lesada não vai sequer registrar uma queixa", explica.

Para Saulo Ribeiro, a promoção de pessoas inexperientes para ocupar cargos de chefia é um dos fatores que tem provocado ineficiência do serviço.

"Nos últimos tempos, o partido que está atrás do governo dá sinais claros de que a hierarquia não representa nada, haja vista que as pessoas que não são daqui têm muito mais prioridade e não se envolvem com os problemas. Só dizem amém", disparou.

Com informações do Portal O Acre
 
 

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