quinta-feira, 28 de abril de 2016

Beneficiados em esquema de casas populares serão indiciados, diz polícia

Favorecidos devem responder por falsidade, estelionato e corrupção.

Polícia já conseguiu identificar 60 casas negociadas ilegalmente.



As pessoas beneficiadas na venda ilegal de casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida, no Acre, que forem identificadas, devem responder por falsidade ideológica, estelionato e corrupção ativa, segundo o delegado Roberth Alencar.
O titular das investigações confirmou que até essa terça-feira (26), já foram identificadas ao menos 60 casas negociadas de forma irregular.
A segunda fase da 'Operação Lares' prendeu os diretores executivo e social da Secretaria De Habitação do Acre (Sehab), além de uma ex-funcionária terceirizada do órgão e uma empresária.
"O foco agora são pessoas contempladas e vamos achar meios para indiciá-los. Tomaremos as casas e a própria Justiça vai ter que resolver isso. Em tese, quem pagou tem que receber [ressarcimento] da quadrilha, por isso nós ficamos com os carros para o ressarcimento", detalha o delegado.
Alencar esclarece ainda, que a investigação deve continuar voltada para a Sehab e assim descobrir se existem mais funcionários envolvidos no esquema. Vamos focar para ver se há pessoas de gestões anteriores que tinham a mesma conduta", afirma o delegado.
Quebra de sigilo
Sobre o envolvimento da empresária Rossandra Lima, que confessou ter montado sua doceria com o dinheiro do esquema, o delegado disse que vai pedir a quebra de sigilo de alguns bens da empresa que ela mantém. A polícia já apreendeu dois carros e mais bens podem ser apreendidos durante o andamento da investigação.
"Foi  feita uma reforma no prédio e para isso nós precisamos comprovar, nem só o depoimento dela resolve, foi usado dinheiro do esquema. Pedimos algumas quebras de sigilo e medidas cautelares para tentar provar", conclui o delegado.
Como cada um agia no esquema, segundo a polícia
A Polícia Civil mostrou um esquema de como cada suspeito agia no esquema de vendas das casas populares. De acordo com Roberth Alencar, as casas eram vendidas por R$ 5 mil a R$ 30 mil em conjuntos populares, principalmente no Rui Lino.
"Temos diversos servidores públicos e empresários que estão em posse de imóveis que deveriam ser destinados à pessoas carentes. É mais do que um prejuízo financeiro, é um prejuízo social. Esse é um esquema que vem sendo praticado há alguns anos dentro da secretaria", destacou.
De acordo com a polícia, o diretor executivo Daniel Gomes direcionava para quem as casas deviam ser vendidas e determinava a localização dessas casas.
"Uma mulher que tem um filho dele tem uma casa, uma amante também. Tudo isso ele direcionava de acordo com o poder que cabia a ele", explica.
O diretor social Marcos Huck é apontado como aquele que fazia a montagem dos processos e autorizava a fraude. A polícia explica que Huck determinava a venda dos imóveis e Cícera, a ex-funcionária terceirizada, cumpria as ordens fraudando documentos para o sorteio das casas. Uma babá que trabalhava para Huck foi contemplada com uma das casas, segundo a polícia.
Já a empresária Rossandra Lima teria sido recrutada por Cícera e ganhava dinheiro em cima do preço estipulado pela ex-funcionária. "Por exemplo, se uma casa era passada por R$ 5 mil, a Rossandra vendia por R$ 15 mil e ganhava em cima da venda", destaca.
Fonte: http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2016/04/beneficiados-em-esquema-de-casas-populares-serao-indiciados-diz-policia.html

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