Agentes penitenciários denunciam péssimas condições de trabalho e ameaçam greve
De acordo com Adriano Marques, no último 3 de janeiro ele protocolou um ofício solicitando reunião com a nova diretoria do Iapen. A pauta seria apresentar reivindicações da categoria. Entre elas, a contratação de novos agentes, fim da escala de serviço de 12 por 36h, pagamento de prêmio anual de valorização da atividade penitenciária, seguro de vida em caso de morte ou invalidez, construção de locais para descanso e alimentação dos agentes de plantão, redução da carga horária, aquisição de equipamentos de segurança e proteção.
O Sindap não recebeu resposta ao oficio. Logo depois, ocorreram sucessivas fugas de detentos do Presídio Francisco d’Oliveira Conde, onde os agentes que estavam de serviço foram arrolados em processos de investigação administrativa. Tal medida teria revoltado os agepens, que resolveram denunciar as péssimas condições de trabalho e segurança, além de um efetivo reduzido.
“As fugas ocorreram porque estamos com efetivo reduzido. Para se ter idéia, na primeira fuga deste ano apenas 2 agentes penitenciários tomavam conta de 236 presos. E as guaritas externas estavam desativadas, em virtude da falta de efetivos”, afirmou.
Mais da metade dos agentes estão doentes, diz presidente de sindicato
“Somente no Francisco de Oliveira Conde foram protocolados 296 atestados médicos. Devido ao stress do serviço, os agentes sofrem de distúrbios do sono, problemas gastrointestinais e depressão”, revelou o presidente do sindicato.
Os agepens também denunciam o descaso da direção do Iapen para com quem faz a segurança no FOC.
Os agentes alegam que não há local adequado para descanso e alimentação. Mesmo assim, eles trabalham com dedicação nas apreensões de objetos ilícitos e armas encontradas dentro das celas do presídio.
“Não temos alojamento apropriado e somos obrigados a dormir no chão, dentro de um quarto sujo, sem ventilação e sem banheiro. Não temos lugar para a nossa alimentação. Ao lado do cômodo improvisado que utilizamos para o descanso e alimentação há um esgoto estourado”, desabafa.
Agentes revelam que foto panorâmica do presídio está disponível na web - A fragilidade da segurança dos presídios Antônio Amaro e o FOC não é apenas na parte interna, afirma Adriano Marques.
Ele revela que a imagem panorâmica dos 2 complexos estão disponíveis na internet, pelo Google, e o Estado não tomou providências para retirá-las. Elas podem ser usadas para invasões, por exemplo.
Adriano Marques apresentou fotos captadas pelos agentes durante uma tentativa de rebelião. Os detentos haviam queimado colchões tentando forçar a abertura das celas para fazer uma fuga em massa.
“Em caso de rebelião, o primeiro alvo dos detentos são os agentes, que não possuem nenhuma arma não-letal para controlar este tipo de situação. Ficamos na mira do fogo, aguardando a chegada de reforço policial. Tudo isso gera stress e insegurança e ainda somos acusados de facilitar fugas”, finalizou
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