segunda-feira, 19 de maio de 2014
Presos compram materiais de construção para reformar celas no AC
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Sindap-AC) considera o
caso um 'absurdo' e diz que pretende acionar a Justiça para que seja
investigado. Já a direção do Instituto de Administração Penitenciária do
Acre (Iapen) afirma que a compra foi autorizada pelo Judiciário
acreano.
Ao G1, o dono da loja de material de construção, que
prefere não ser identificado, diz que a compra foi efetuada há duas
semanas por uma mulher, que solicitou que o pedido fosse entregue na
penitenciária. "A gente mandou entregar. Os funcionários foram
revistados e foi feita a verificação do material entregue. Em nenhum
momento falaram que não poderia ser feita a entrega", afirma. Foram
entregues duas latas de tintas, rolo, pincel e demais materiais de
pintura.
Essa não é a primeira vez que uma entrega como essa é feita ao presídio
na capital. O dono de outra loja de materiais de construção, Matias de
Almeida, de 47 anos, fala que já fez duas entregas de sacas de cimento
ao local. A última foi realizada no ano passado.
"O agente me acompanhou até dentro do presídio. Chegando lá, eles
mesmos descarregaram. Eu vendo para o céu e para o inferno, aparecendo
aqui quem me compre. Não sendo dinheiro falso, eu vendo", diz.
O presidente do Sindap-AC , Adriano Marques, afirma que um agente penitenciário
fez a denúncia da entrada dos materiais ao sindicato. "Ele me mostrou
as notas ficais e o nome de alguns reeducandos. Eu fui no presídio e de
fato o material estava lá", conta.
Segundo ele, a entrega deste tipo de material não é permitida e o
sindicato pretende realizar uma denúncia ao Ministério Público
Estadual. "Tem que identificar quem autorizou essa entrada. Nenhum
agente penitenciário, chefe de equipe ou coordenador de segurança tem autorização para deixar um carro particular entrar no presídio. Foi alguém na direção. Essa é uma situação absurda".
Marques diz ainda que as famílias têm autorização para entregar
pequenos objetos, como materiais de higiene pessoal ou roupas, mas
materiais de construção não fazem parte da lista de itens permitidos.
O presidente do sindicato ressalta que com a falta de equipamentos necessários de segurança, como raquetes, detectores de metais
e um bloqueador de celulares, é perigoso que esses materiais sejam
usados para a entrada de produtos ilegais dentro do presídio. "As
raquetes não estão funcionando direito, não tem bloqueio de celular.
Como vai identificar a entrada de um objeto ilícito?", questiona.
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