quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Acre tem 2 agentes para cuidar de 280 presos. Líder do CV proíbe coordenador de segurança de entrar nos pavilhões




Na segunda reportagem com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Adriano Marques, novas revelações são feitas sobre a decadência do sistema prisional. O coordenador de segurança do presídio de “segurança Máxima” Antônio Amaro Alves não pode sequer se aproximar do pavilhão onde está o principal cabeça do Comando Vermelho.  Paulo Roberto Amorim da Silva, vulgo “Paulinho do Calafate”, foi preso no mês passado durante a Operação Êxodos. Ele  tem regalias, como conta o sindicalista. Leia

Veja Política – Qual a proporção de agentes por presos no Acre?

Adriano Marques – É recomendado pelo Ministério da Justiça uma proporção de um agente para cada cinco presos. No setor de sentenciados do Francisco de Oliveira Conde, vulgo “chapão”, hoje, ficam dois agentes para tomar conta de 280 detentos. Todos os coletes estão vencidos. Não temos armamento menos letal (tazer e spray de pimenta). Na última rebelião, os agentes precisaram se trancar no alojamento por falta de uma guarita blindada. O FOC cresceu como uma grande favela. Os líderes das facções criminosas proibiram o coordenador de segurança do Presídio Antônio Amaro de entrar no pavilhão deles. Isso é um desrespeito ao procedimento operacional padrão, que regulamenta a conduta dos agentes penitenciários nas escoltas e outras missões. Aquilo é um presídio diferenciado, criado para conter o suposto esquadrão da morte. Perdeu a finalidade do isolamento e da rigidez.

Veja Política – Quem proibiu?

Adriano Marques – Não é apenas um, mas a principal liderança que está lá é o Paulinho do Calafate, do Comando Vermelho. O coronel Ulisses fez até foto no dia que a PM prendeu esse acusado.  Na cela dele tem até TV. Há uma discussão em andamento sobre essa decisão de criar os presídios federais e, neles, colocar os maiores traficantes do país. Pode ter sido um erro, já que os estados não fazem o seu dever de casa, que é investir em políticas de prevenção e repressão. Nós temos a arma, que foi doada pelo Governo de São Paulo, mas não temos a munição.

Veja Política – Ficou por isso mesmo?

Adriano Marques – Em regra, era para ter feito uma ocorrência, com comunicado á direção do presídio. Esse preso está desafiando o estado, e não apenas um agente penitenciário investido no cargo de coordenador de segurança. O governo é o principal culpado pelo caos no sistema penitenciário. Se não tem gasolina para uma viatura rodar. Se não tem estrutura para a polícia civil. Tudo deve ser colocado na conta do governo.

Fonte: http://www.vejadetudo.com.br/politica/coordenador-seguranca-pavilhoes

Nenhum comentário:

Postar um comentário